Relato: Vivendo Bonito – Tatiana Lopes

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Visitei Bonito, no Mato Grosso do Sul, no mês passado. Depois de aproximadamente dez horas de viagem, em voos com várias escalas e conexões, cheguei ao destino pronta para viver novas experiências. Era o que me prometia o projeto do qual eu faria parte, o Tour da Experiência, do Instituto Marca Brasil (IMB), desenvolvido pelo Ministério do Turismo e pelo Sebrae Nacional com a intenção de fazer os visitantes interagirem com a cultura e a comunidade locais. No meu caso, funcionou.

Durante os quatro dias em que estive no município, mergulhei em águas transparentes, fiz trilhas e fiquei perto de várias espécies de animais. Aprendi a bordar, fiz papel com material reciclado e até uma "obra de arte" com argila. Além disso, provei os sabores típicos da região, como a carne de jacaré e a guavira, uma fruta. E também desafiei o medo. Na visita ao projeto de um defensor das cobras, enrolei uma jiboia no pescoço. Acompanhe detalhes da minha aventura por Bonito.

Vale a pena

Feito a Mão
É uma cooperativa formada por mulheres, a maioria donas de casa, que encontraram no artesanato uma fonte de renda e distração. Entrei na loja e já senti o clima de casa da vovó. Ao fundo há um cantinho para bordar, fazer pulseiras e brincos. Preço: R$ 15.

Reciclando

Foi lá que aprendi a fazer papel. O veterinário Ronald Rosa recebe os visitantes e mostra o processo de reciclagem feito no local com a colaboração de voluntários. No final, o turista pode colocar a mão na massa, como eu fiz. Preço: R$ 20.

Cachaça e artesanato na Fábrica de Encantos

Taboa é uma planta aquática utilizada para fazer cachaça na fábrica, onde é produzida desde a linha tradicional da bebida até uma mistura de cachaça, mel, canela, guaraná em pó e ervas naturais. Mas o local não existe só para beber. Uma experiência bacana é a das sensações.

Os turistas sentam em círculo, vendam os olhos, e recipientes contendo especiarias passam pela roda. A ideia é sentir o aroma e lembrar de momentos já vividos.
Além da fábrica de cachaça, o local também utiliza a fibra da taboa para a produção de artesanato. Sujei as mãos e desenhei um sol sorrindo na argila. As "obras de arte" dos turistas ficam no local para decorar as paredes. Preço: R$ 15. Com degustação, R$ 29.

Águas transparentes

É possível enxergar os peixes e a vegetação aquática do lado de fora do rio da Prata. Mas o mais legal é o mergulho e a flutuação. O local fornece o snorkel, máscara com cano para respiração. Preço: R$ 120 (alta temporada) e R$ 95 (baixa). O aluguel de câmeras fotográficas subaquáticas custa entre R$ 25 e R$ 45.

Jiboia amiga

Henrique Naufal é um amante das serpentes. Ele dá palestras e mostra vídeos, sempre com uma de suas cobras no pescoço. Quem visita o projeto ganha uma senha e, ao final da palestra, pode fotografar com uma jiboia. Eu encarei o medo e enrolei o bicho no pescoço. Foram só uns segundinhos, duas fotos e pronto. Saí de lá me sentindo a mais corajosa das mulheres. Preço: R$ 20. Crianças até 11 anos pagam R$ 15.

Lago azul

Uma trilha de 250 metros leva até a gruta para uma descida de aproximadamente 1h30, com degraus nas rochas. É necessário o uso de capacete. Logo na entrada do local já fiquei impressionada. A água da chuva que se infiltra nas rochas forma fendas, estalactites e estalagmites, comuns em cavernas. A cada degrau o lago se torna mais azul. Mas a água, na verdade, é transparente. A luz que entra na gruta dá o efeito azul. Preço: R$ 36.

Rio Sucuri

Calma! O nome do rio não quer dizer que você vai encontrar cobras, asseguram os guias. Assim como no rio da Prata, é possível fazer flutuação no local. A água do rio Sucuri é ainda mais transparente. É o terceiro rio mais cristalino do mundo. O passeio com a caminhada pela trilha e a flutuação dura em média 2 horas. Também é possível aproveitar o ambiente da estância saboreando um bom almoço, fazer cavalgadas, passeios de bicicleta e quadriciclo. Preço: R$ 118 (alta temporada) e R$ 90 (baixa).

Sanduba de jacaré

Quase todos os restaurantes vendem algum prato com carne de jacaré. Lembra peixe, mas é mais consistente e quase não tem gosto. O que dá sabor são os temperos. Para beber, suco de guavira, fruto típico da região, que lembra a jabuticaba.

* A repórter Tatiana Lopes viajou a convite do Instituto Marca Brasil.

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