Degradação de banhados de Bonito e Jardim prejudica turismo da região

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Mau uso dos banhados afeta a biodiversidade da região e gera autuações a proprietários rurais.


A região da Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, abriga dois importantes banhados para a manutenção da biodiversidade e turismo: do rio Formoso e do rio da Prata.

Com o objetivo de preservar as áreas úmidas, a Polícia Militar Ambiental intensificou as fiscalizações em propriedades rurais de Bonito e Jardim, e acabou encontrando diversas irregularidades que afetaram diretamente as cabeceiras dos rios, como a criação de canais de drenagem, desmatamento sem licenciamento, armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos e gado em áreas de preservação permanente.

Os autuados reclamam das autuações no tocante aos valores; entretanto, ninguém se mostra preocupado com a relevância de suas propriedades. Não creio que faltem informações aos proprietários. Falta compromisso, revela o tenente Diogo Ferreira, comandante das operações de fiscalizações da Polícia Militar Ambiental nos banhados de Bonito, em entrevista ao jornalista Fábio Pellegrini.

Para proteger as áreas úmidas e garantir qualidade de vida para as futuras gerações, a prefeitura de Bonito, por sugestão da Fundação Neotrópica do Brasil e do Conselho de Meio Ambiente do Município, apresentou propostas de criação de três Unidades de Conservação Municipal: do Parque Natural Municipal (PNM) da Guavira (60,90 ha); Refúgio de Vida Silvestre (RVS) do Banhado Rio Formoso (2275,41 ha) e Refúgio de Vida Silvestre Banhado do Rio da Prata (3273,43 ha).

A criação das Unidades de Conservação, entretanto, não agradou a todos. O Sindicato Rural de Bonito, órgão que representa os proprietários rurais, impetrou mandados de segurança para barrar a realização de consulta pública para discutir o tema e o impasse ainda não foi resolvido judicialmente.

Das três unidades, duas causaram conflito com o Sindicato, por estarem dentro de terras privadas: o Refúgio da Vida Silvestre do Banhado do Rio da Prata e o Refúgio da Vida Silvestre do Banhado do Rio Formoso.
Representantes do Sindicato alegaram não ser contra a criação das UCs, mas à forma como a prefeitura conduz o processo. A prefeitura, por sua vez, afirma que vem seguindo as diretrizes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

A promotoria de Bonito está fazendo vistorias técnicas com uma equipe do Imasul, para propor Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) aos fazendeiros que foram flagrados pela fiscalização causando graves danos ambientais em suas propriedades no entorno do Banhado do Rio da Prata.

Quem olha de fora, pensa que é somente um capinzal. Parecem áreas monótonas, mas nessas áreas há mais de 500 espécies de vegetais e uma diversidade de vida animal associada às plantas: insetos, aves que fazem ninhos ou se alimentam ali, além de mamíferos de grande e pequeno portes, completa o botânico e professor da UFMS, Arnildo Pott.

Fonte: Bonito Notícias

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